domingo, 13 de setembro de 2009

TEATRO POBRE?


Por Allan Calisto

Jerzy Grotowski (1933-1999), diretor e teórico do teatro experimental polonês. Tornou-se conhecido por sua teoria do “teatro pobre”, que busca o elementar, a austeridade dramática, a forma despojada e o trabalho de interpretação como uma relação existencial entre ator e público, no limite da veracidade e da representação. Após sua formação teatral na Cracóvia e em Moscou, Grotowski começou sua carreira criando sua própria companhia, que dirigiu de 1959 a 1964.

Em 1965, transferiu-se com seu grupo para Wroclaw, na Polônia, batizando-o de Teatro Laboratório. Grotowski e seu grupo tornaram-se célebres pelas adaptações livres dos clássicos e seus métodos, que geravam, às vezes, várias versões para as mesmas peças, como Akropolis de Wyspianski (1966), em duas versões, ou a sua própria obra original, Apocalypsis cum Figuris (1969), que foi apresentada em três versões.

Afastado da cena convencional desde 1982, quando o grupo do Teatro Laboratório de Wroclaw se separou, residiu nos Estados Unidos, e depois na Itália, onde dirigiu um centro de formação de atores. Era professor do Collège de France, em Paris; sua morte interrompeu o seminário de Antropologia teatral que estava dirigindo na instituição durante o ano escolar 1998-1999.
Sua mais importante coletânea de escritos teóricos, Por um teatro pobre, foi publicada em 1968, com uma introdução do teatrólogo britânico Peter Brook, e se tornou ao longo dos anos um texto de referência para os estudantes de teatro. Sua obra influenciou de maneira decisiva atores e encenadores de todo o mundo, como o próprio Peter Brook, o mexicano Héctor Mendoza e o brasileiro Antunes Filho.

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