terça-feira, 29 de setembro de 2009

CENA UM se mobiliza em defesa de Roman Polanski



O presidente do Festival de Cannes, Gilles Jacob, os diretores Pedro Almodóvar, Walter Salles, Woody Allen, Martin Scorsese, David Lynch, Alejandro González Iñárritu e a atriz Isabelle Adjani são algumas das personalidades do cinema mundial que se mobilizaram em defesa do cineasta polonês Roman Polanski, preso há quatro dias na Suíça.

Uma lista de apoio ao cineasta já tem mais de 100 assinaturas de diretores de todo o mundo, a maioria famosos internacionalmente, além de técnicos, atores e personalidades do cinema, indignados por sua prisão.
Polanski, de 76 anos, foi detido no último sábado em um aeroporto na Suíça, onde deveria receber um prêmio pelo conjunto de sua obra no Festival de Cinema de Zurique. Dono de uma filmografia extensa – "O Pianista", "Chinatown" e "O Bebê de Rosemary", por exemplo –, o cineasta é acusado, em um processo judicial aberto em 1977, de ter mantido "relações sexuais ilegais" com uma menor.

Os signatários do pedido, que pode ser acessado no site da Sociedade de Autores e Compositores Dramáticos (SACD), se declaram "preocupados" e "estupefatos" pela detenção de seu colega franco-polonês, consequência de uma ordem americana emitida em 1978.






Roman Polanski em foto de 2008

"É inadmissível que uma manifestação cultural internacional, que presta homenagem a um dos maiores cineastas contemporâneos, possa ser transformada em uma armadilha policial", ressaltaram. "Festivais de cinema do mundo inteiro permitiram sempre que obras fossem mostradas e que seus autores circulassem e apresentassem-na livremente com toda segurança, inclusive quando certos Estados se opunham a isso".

Também participam do abaixo-assinado outros grandes nomes do cinema como Wenders, Julian Schnabel, Wong Kar Wai e Ettore Scola, assim como as atrizes Jean Moreau, Tilda Swinton, Fanny Ardant e Monica Bellucci.

Em um texto conjunto, o escritor Milan Kundera, o filósofo Bernard-Henri Levy e a atriz Isabelle Adjani exigem às autoridades suíças que libertem imediatamente o cineasta franco-polonês. Duas democracias como a Suíça e EUA não podem cair na indignidade "de transformar esse genial diretor em mártir" de uma confusão jurídico-política, afirmam.
Em declarações à "TV5Monde", a futura diretora geral da Unesco, a diplomata búlgara Irina Bokova, considerou "chocante" o ocorrido. Bokova disse que o diretor é uma "personalidade intelectual mundialmente conhecida", mas afirmou não conhecer os detalhes do assunto.
No domingo, o ministro da Cultura francês, Frédéric Mitterrand, considerou "absolutamente horrível" a detenção na Suíça desse "cineasta de dimensão internacional", devido a "uma história antiga que verdadeiramente não faz sentido".

O chefe da diplomacia francesa, Bernard Kouchner, anunciou nesta segunda que tinha escrito junto com o chanceler polonês à secretária de Estado americana, Hillary Clinton, para pedir a libertação de Roman Polanski e acabar com essa história "um pouco sinistra".
Hervé Temime, um dos advogados de Polanski, comentou ao "Le Monde" que o diretor sabia que poderia ser extraditado aos Estados Unidos, mas que "ignorava totalmente" o fato de que poderia ser detido na Suíça. Polanski possui um chalé em Gstaad, na Suíça, onde há mais de três décadas costuma passar três ou quatro semanas por ano.

O advogado recorreu hoje da detenção, ordenada pelo departamento suíço de Justiça para sua posterior extradição aos EUA, e solicitou a libertação de seu cliente através do pagamento de uma fiança ao Tribunal Penal Federal da cidade suíça de Bellinzone (Berna).

O CENA UM faz parte desta campanha deixe seu depoimento e assinatura para enviarmos a estes pilantras que dizem fazer a justiça.



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